sexta-feira, 17 de abril de 2009

O RELINCHO

Ele relincha em madrugadas como um violoncelo verde
e voa sobre os alqueires perdidos do seu sonho

relincha como o fogo que incendeia bíblias
áridas cantigas de fundos de desertos

e chamará decerto as suas éguas nuas
que plenas de desejo galopam sobre a Lua

imaginando o santo azul adão e apolíneo
estrelo equino de sete patas mágicas

relincha trágicas histórias de amantes
enquanto o mal do amor se alastra esvoaçante

e atinge a calmaria dos céus inalternados
cavalos falos movimentando o mundo.

Um comentário:

Assis de Mello disse...

Poema maravilhoso que galopa e nos encrispa a pele. Muito rico mesmo, Mestra !!!