foto Assis Melo
LAMPADÁRIOMinha mãe anda distante
meu pai a leva nos braços
avisto lençóis no espaço
os avós já vão mais longe
viajam todos num barco
levados por um ciclone
transitam vias sem nome
que desembocam no frio
onde estarão os antigos
antepassados , os tios,
as asas do irmão sombrio
tudo é poeira e palavra
haverá além do nada
um povoado abstrato?
já não me bastam retratos
se não me cabe o silêncio.
6 comentários:
Lampadário é lindo. Esse poema me traz água nos olhos. Mas os antepassados, o maninho estão bem. A dor sempre é de quem fica.
É importante passar por aqui. Mas a eternidade reside no ter passado.
Um beijo, Denise !!!
Sente-se que algo há de forte e reluzente na vasta sombra de vida deixada por aqueles que se foram.
E bom lembrar que quem se foi e deixou obra insculpiu aqui suas estátuas de puro metal.
Há séculos o além desafia os poetas. Mas o além existe e, às vezes, vem forte em nossa imaginação.
Vejo assim esse seu belo poema.
Belíssimo!
Parabéns pelo prêmio, Denise. Tua poesia é encantadora.
Abraços
TUDO QUE VOCÊ ESCREVE É BELO.
ADMIRO MUITO VOCÊ.
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