quinta-feira, 26 de novembro de 2009


NAVIOS

Venho ao cais esperar navios
Sucedem-se as altas vagas
Aceno sinais de estio
Às vesperas adiadas

Te aguardo e quando te espreito
Arrastam-se os segundos
O vento esticou o mundo
Nos cárceres dos estaleiro

Passam veios, horas largas
Nenhum sinal de teu fardo
Busco-te a cada entrada
O que me passas - passado.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009




O BEIJO



Levou-me sem feitas frases

Somente passo e camisa

Roubou-me um beijo de brisa

Na quadratura da tarde



Jogou-me contra a parede

Rasgou-me a blusa de linho

Roubou-me um beijo de vinho

Diante das aves vesgas



Puxou-me para seu fundo

Rompeu a rosa pirâmide

Roubou-me um beijo de sangue

E bateu asas no mundo.