quarta-feira, 13 de maio de 2009


foto Assis Melo

LAMPADÁRIO

Minha mãe anda distante
meu pai a leva nos braços
avisto lençóis no espaço
os avós já vão mais longe

viajam todos num barco
levados por um ciclone
transitam vias sem nome
que desembocam no frio

onde estarão os antigos
antepassados , os tios,
as asas do irmão sombrio
tudo é poeira e palavra

haverá além do nada
um povoado abstrato?
já não me bastam retratos
se não me cabe o silêncio.

6 comentários:

Assis de Mello disse...

Lampadário é lindo. Esse poema me traz água nos olhos. Mas os antepassados, o maninho estão bem. A dor sempre é de quem fica.
É importante passar por aqui. Mas a eternidade reside no ter passado.
Um beijo, Denise !!!

Anônimo disse...

Sente-se que algo há de forte e reluzente na vasta sombra de vida deixada por aqueles que se foram.
E bom lembrar que quem se foi e deixou obra insculpiu aqui suas estátuas de puro metal.
Há séculos o além desafia os poetas. Mas o além existe e, às vezes, vem forte em nossa imaginação.
Vejo assim esse seu belo poema.

Lau Siqueira disse...

Belíssimo!

nydia bonetti disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
nydia bonetti disse...

Parabéns pelo prêmio, Denise. Tua poesia é encantadora.
Abraços

Chico ReZende disse...

TUDO QUE VOCÊ ESCREVE É BELO.
ADMIRO MUITO VOCÊ.