sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

TEMPO

Diante de mim
Os relógios disparam
Seus picos velozes

O mês é uma nuvem
que inunda meu corpo
Em rápidas luas

As ruas viajam
Em pássaros súbitos
De asas ventadas

Perseguem-me estradas
Atrás de meus passos
Que saltam à frente

Atrás vem o mundo
Seus mapas pintados
Trocando de luzes

Pedaços de corpos
Apressam-me em pernas
De longas passadas

Janelas expressas
Assistem caladas
Com os braços pousados

E enquanto disparo
Na fuga incorpórea
Ao rumo do nada

Eu vejo meu outro
Deitado na relva
Das rochas cansadas.

3 comentários:

Assis de Mello disse...

Putz...
Imagens incríveis uma após a outra...
e eu já não fosse seu fã, iria procurar a repartição pública correta pra tirar carteirinha.
Quanta inspiração pousa nessa varanda !!!

Benny Franklin disse...

De prima!
Boa!

CRÍTICA NACIONAL disse...

Não sei se o tempo assusta o conforta.
Não se vê o tempo!
Sabe-se que ele vem e se vai, mas não volta.
É como algum amor que se foi e não volta mais.
O tempo em poesia é o infinito, todo ele contemplado.
Sua poesia Denise, nos leva no tempo!
Toni Ferreira