segunda-feira, 22 de junho de 2009


NOITE MAGA

Andei contigo nas dunas
Nas páginas das areias
Pensei avistar sereias
Mas eram sóbrias escunas

E ao perguntar quem eras
O mar moveu seus navios
Olharam-me as éguas no cio
Voaram fêmeas sem sela

Enquanto me assombravas
Os sais trocavam segredos
Abraçava-me com medo
Torpor, o que me falavas

Então comecei morrer
Por tua mão de veludo
Que me levava entre surdos
No tênue amanhecer

Desmanches de beijo e vício
Aroma de folha e chuva
Teu sorriso atrás da curva
Na ponta do precipício

Longe vai a noite maga
Em seu palácio estranho
Não te decifro és sonho
A povoar minhas águas.

7 comentários:

CRÍTICA NACIONAL disse...

Bela reflexão sobre os mistérios da noite! Esses mistérios são vários e vão desde as fases da lua até o murmurar das ondas do mar.
A grande poetisa deixa seu olhar sobre alguma noite ida e vivida, ficando clara que a noite é dos que sonham.
Poesia é isso: vida, sonhos e amor.

Assis de Mello disse...

Mestra, que lindo poema, lírico e viajante. Parece um filme surrealista. Amei.

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

"E ao perguntar quem eras
O mar moveu seus navios"

o mar, meus medos, o mar indiferente a tudo e as minhas dores

BAR DO BARDO disse...

li
lirismo

seu is(t)mo

eu gosto de lirismo

jorge cezar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jorge cezar disse...

Amei!

Gilmar Júnior disse...

Olá, Denise Emmer, eu já conhecia sua poesia quando comprei de um vendedor de rua que me pediu para comprar, não hesitei em compra e fiquei intrigado com o título mais do que atraente, O Inventor de Enigma. Li e reli tantas outras vezes, era como se eu estivesse lendo uma outra poeta de quem gosto muito de ler, Cecília Meireles. Esse livro é encantador, outras pessoas deveriam conhecer e apreciar algo tão magistral, poderoso. Gosto muito desse livro, que pena que eu não tenha o seu autografo para guardar de recordação.