domingo, 5 de outubro de 2008

AGUARRÁS

Lampadário

Em Lampadário, a poeta carioca Denise Emmer, faz uma sinfonia abordando temas diversos. São poemas reluzentes. Ela, sem dúvida, usa a língua portuguesa a seu favor. Transforma luz em verbo, e faz dele poesia. As sensações que trazem, permanecem no leitor. Se a luz tem som, os sons são parecidos com estes poemas.
A poetisa explora a palavra e a transforma, utilizando uma linguagem carregada de símbolos. Ela não faz poesia abordando temas comuns - como morte, solidão, amor, perda, esperança -, faz poesia quando transpõe um sentimento para o papel.
Um dos poemas, “Dicionário da Língua Bela” - VI, descreve muito bem seu trabalho neste livro:
Dê-me a palavra que invento um bosque
Pleno de repousos e grandes baobás
Sopre-me o verbo que verso o mote
Viagem sem norte vento de além mar
Provavelmente por sua experiência na música, a sonoridade de seus poemas é marcante. E como o trovão antes do raio, o som vem antes da luz neste livro também.
Denise Emmer, filha dos escritores Dias Gomes e Janete Clair, possui uma extensa produção artística. Além de poetisa, é ficcionista, graduada em Física e Música - violoncelo - e também cantora, compositora e instrumentista. Já ganhou diversos prêmios por sua obra literária. Lampadário é o seu décimo quarto livro.
Publicado pela 7 letras este ano, Lampadário é composto por 42 poemas, tem uma bela capa de Mariana Avillez e prefácio do poeta e editor Alexei Bueno, que também colabora com vários mecanismos de imprensa.



Jarcélen Ribeiro é Mestranda em Estudos de Literatura, PUC-Rio. Bolsista do CNPq.


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editoria: edicao_0014, literatura, em 11/8/2008

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