sexta-feira, 10 de outubro de 2008



Escrito por Paula Cajaty



13-Jun-2008
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- Emmer, Denise. Lampadário. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008.



A poesia contida em Lampadário é de uma lírica amarga que remete à solenidade dos cantos clássicos. Em suas palavras, vertigens de beleza e mistérios, miragens nos horizontes do som.
Denise revisita a morte, o amor, a música, em versos ritmados e preciosos, em metáforas de tom melancólico e maduro que cria um rico imaginário, remetendo-nos a um outro tempo, uma dimensão paralela e surreal.
Seus poemas falam de um desamparo tangível, uma espécie de solidão palpável e presente, em contraposição ao ímpeto desejo de acolhimento que sabe não existir. Prova, portanto, a coexistência de fragilidade e força, sensibilidade e resignação, suavidade e resistência, num mundo que remexe as tristezas mais fundas e abre feridas que anestesiamos, mas não se curam jamais.
Uma surpresa agradável aparece em 'Baladas para um fantasma' e 'A lenda', histórias contadas em forma poética, enquanto 'Dicionário da língua bela' reinventa significados e significâncias, num jogo de simbolismos e sensações.
Denise Emmer exibe sua poesia competente e, à semelhança do violoncelo, mostra que revela e extrai com o arco de seu íntimo, as notas mais graves e belas da literatura.

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